Campeonato de Ciência e Escrita Criativa 2023: A proposta da turma SPA3 - EBI S. Pedro de Alva

No âmbito da participação no Campeonato de Ciência e Escrita Criativa, foi elaborado um texto colaborativo pela turma SPA3, com o apoio da professora titular de turma Paula Morgado, propondo uma continuação diferente e criativa para a aventura do Clube dos Cientistas "Os Contrabandistas de Cristais" de Maria Francisca Macedo, página 30 (editora booksmile).

A par da elaboração do texto foram feitas experiências científicas em sala de aula e no exterior, com a solução proposta no texto pelos alunos, com a orientação do professor de Ciências Naturais (e Equipa BE) Rui Silva,.

Ao longo do processo de criação, experimentação e submissão da proposta final ao júri do campeonato, os alunos e docentes tiveram o apoio da Biblioteca Escolar.

Fica abaixo o texto e o protocolo experimental das experiências científicas feitas, assim como algumas dicas e ideias, para memória futura.

Texto colaborativo:

O pai estacionou o carro discretamente entre os arbustos, apagou as luzes e ficaram todos em silêncio.

- E agora, filha, o que é que vocês tencionavam fazer?  (Página 30 do livro O clube dos Cientistas : Os Contrabandistas de cristais)

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O Chico, sempre muito decidido e valente, respondeu:

- Eu sei bem o caminho, levo o meu telemóvel e vou mandando mensagens sobre o que vejo, indicando-vos se é seguro juntarem-se a mim.

- Eu gostava de ir já contigo.- respondeu o Carlos – também estou ansioso por viver esta aventura noturna.

A Catarina, com o seu nervosismo miudinho, respondeu:

- Eu fico com o pai e vocês vão mandando mensagens e fotos por um dos vossos telemóveis.

O Carlos começou a apalpar todos os bolsos e descobriu que não tinha trazido o seu telemóvel…

- És sempre o mesmo cabeça-no-ar! – exclamou de imediato a Catarina.

- Mas trouxe a minha mochila com os materiais que temos usado nas nossas experiências, nunca se sabe!

- Mas para que levas isso? – perguntou, já zangada, a Catarina - Tens cada ideia maluca!...

- Então, meninos, deixem-se de conversas. Vão depressa ver o que querem, que eu tenho de me ir deitar, pois amanhã é dia de trabalho. E se a vossa mãe dá pela minha falta …

O Chico pegou na mochila e com o telemóvel na mão começou a dirigir-se para a cabana. O Carlos seguia-o com cuidado, procurando o melhor percurso por onde passar, mas não se despachava. Depois de andarem meia hora, pelo meio da floresta a ouvir ruídos de animais, ao ver o irmão a afastar-se começou a falar alto:

- Espera por mim! Espera por mim! Eu não sei ir até à cabana!

- Chiu, está calado… Estamos mesmo a chegar e vamos entrar – disse-lhe o Chico.

- Parece-me que estou a ouvir um carro a aproximar-se.

- Sim, acabaram de apagar as luzes. Acho que vão entrar na cabana – observou o Chico, e continuou – vamos esconder-nos ali, atrás dos arbustos, para não nos verem.

Os dois irmãos correram e, durante a fuga, o Carlos torceu um pé e caiu para a frente, para cima do Chico, que se assustou e deixou cair o telemóvel numa poça de água.

Escondidos atrás de uns arbustos, eles viram três homens a entrar para a cabana. Esperaram algum tempo e, quando viram que não corriam perigo, saíram do esconderijo para recuperarem o telemóvel e dirigirem-se até à cabana.

Quando viram que o telemóvel estava molhado e não funcionava, o Carlos propôs:

- Chico, vamos embora. Este lugar não me parece muito seguro e eu não consigo andar depressa…

O Chico, sempre pronto para enfrentar o perigo disse: - Eu vou espreitar à janela. Não saio daqui sem saber o que há lá dentro.

Ao espreitar à janela reconheceu os três homens que já tinham aparecido nas notícias por terem roubado cristais numa ourivesaria.

- Carlos, lá dentro estão os ladrões de cristais que apareceram nas notícias – sussurrou ao irmão.

- Vamos enviar uma mensagem ao pai e à Catarina, usando os materiais que trazes na mochila - disse o Carlos, olhando para cima - Tenho uma ideia.

- Como fazemos?                                                

- Estás a ver a espia em que fazemos rapel durante o verão? Usamos uma garrafa de plástico, vaporizo o interior com álcool, atamos-lhe umas braçadeiras de plástico e colamos a mensagem. Aquecemos a tampa, já furada, e vais vê-la disparar até ao outro lado do lago!

O pai ao ver uma garrafa a chegar à margem do rio, aproximou-se e leu a mensagem:

      Pai,

      O telemóvel do Chico molhou-se e o Carlos não consegue andar (torceu um pé)

      Na cabana estão três homens que são os ladrões de cristais que apareceram ontem nas notícias.

     Chamem a polícia e venham ter connosco.

                                                                                               Carlos e Chico

- O que se passa, pai? – perguntou a Catarina

- Meu Deus, os teus irmãos correm perigo. Temos de ir rápido, mas antes vou ligar para a polícia.

Entretanto, perto da cabana, o Chico e o Carlos preparam uma armadilha para os ladrões com as restantes garrafas de água, o bicarbonato, as rolhas e o vinagre que tinham na mochila, dispostas em semicírculo, a rodear a cabana.

Os ladrões preparavam-se para sair da cabana, quando o “tiroteio” começou. O “tiroteio” era apenas as rolhas a saltar das garrafas que provocavam um grande estrondo que desorientou os ladrões, e fez com que não conseguissem fugir antes da polícia chegar.

Entretanto, a polícia chegou e prendeu os contrabandistas.

O pai do Carlos, do Chico e da Catarina abraçou os filhos e disse:

- Mereciam um grande castigo… Mas vocês são fantásticos.

Ah! Já agora…. O pé do Carlos não tinha nada de especial… A dor passou rapidamente.

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Protocolo experimental: Foguete movido a álcool





Precisas de:

• Cordel – 5m.

• Garrafa PET de 0,75l.

• Tesoura metálica de bico afiado.

• Lápis de grafite.

• Abraçadeiras de plástico com 40cm.

• Fita adesiva gaffa ou outra.

• Álcool a 96º.

• Caixa de fósforos de lareira.

Protocolo experimental (o que deves fazer)

• Prende o cordel a uma estrutura resistente, esticando-o e prendendo-o a outra extremidade de modo que fique tenso (como uma corda para estender roupa).

• Com o bico afiado da tesoura, faz um orifício na tampa da garrafa PET e afunda-o até conseguires passar nele o lápis.

• Faz uma argola com as duas abraçadeiras de plástico de modo a que ficassem suspensas no cordel.

· Verte uma quantidade de álcool na tampinha da garrafa, fecha-a e agita a garrafa, para espalhar bem o álcool. Deita fora o excesso e volta a fechar a garrafa.

 • Insere a garrafa nas duas argolas, próximo das extremidades e cola um pouco de fita adesiva, de modo a que a garrafa fique bem ligada às argolas.

• Ata dois fósforos um ao outro, com fita adesiva, de modo a alongar a distância entre a mão e o último fósforo (por segurança).

• Aproxima a chama do fósforo ao furo feito na tampa e afasta-te, depressa.

Observação

Fizemos duas experiências com sucesso. Primeiro, o professor de Ciências Naturais ensinou-nos como fazer, em sala de aula: vimos que a garrafa não disparou logo, mas quando o fez, disparou a grande velocidade ao longo do cordel e embateu na parede (ponto de chegada). Assustámo-nos um bocadinho com o barulho e a força do impacto… Mas foi o máximo! Ao ar livre, na escola, fizemos ensaios com a guia e a garrafa, para termos a certeza de que depois correria bem. E correu.

Resultados (o que acontece e porquê)

• O álcool evapora durante a combustão interna, ficando no estado gasoso (etanol). As moléculas do gás ficam mais agitadas. O calor aquece também o oxigénio dentro da garrafa, cujas moléculas também ficam agitadas e expandem-se. Como as moléculas do álcool estão presas na garrafa, procuram uma saída pelo furo feito na tampa da garrafa. A saída do gás pressiona a parede interna da garrafa que, por sua vez, causa o movimento, e a garrafa sai disparada no sentido contrário à saída do gás.

Sabias que…?

·    Esta experiência comprova a terceira lei de Newton: "Para cada ação, há uma reação equivalente e oposta."

·         O primeiro foguete conhecido foi um pombo de madeira com propulsão a vapor inventado por Arquitas de Tarento no século IV AC.

Dicas de Segurança

·         Usar garrafas PET, preferencialmente de bebidas gaseificadas (mais resistentes).

·         Não colocar mais álcool do que o indicado, porque a combustão interna necessita de oxigénio.

·         Nunca acender a chama com a mão próxima da tampa, para prevenir acidentes.

·         Guardar sempre uma boa distância de segurança.

·         Fazer a experiência em espaço aberto, ao ar livre, sempre acompanhado por um adulto.

Ideias para Pais e Professores

·    Um concurso de corrida de foguetes movidos a álcool com garrafas PET decoradas como foguetes, com guias (cordéis) paralelas, bem estendidas.

·      Um concurso de corrida de balões de borracha cheios de ar. Basta passar cada cordel por dentro de um pequeno canudo de plástico (caneta vazia, por exemplo), ao qual é colado o balão com fita adesiva, permitindo-lhe, assim, deslizar pela guia. Ganha o mais rápido (o que tiver mais ar no início).

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