No âmbito da participação no Campeonato de Ciência e Escrita Criativa, foi elaborado um texto colaborativo pela turma SPA3, com o apoio da professora titular de turma Paula Morgado, propondo uma continuação diferente e criativa para a aventura do Clube dos Cientistas "Os Contrabandistas de Cristais" de Maria Francisca Macedo, página 30 (editora booksmile).
A par da elaboração do texto foram feitas experiências científicas em sala de aula e no exterior, com a solução proposta no texto pelos alunos, com a orientação do professor de Ciências Naturais (e Equipa BE) Rui Silva,.
Ao longo do processo de criação, experimentação e submissão da proposta final ao júri do campeonato, os alunos e docentes tiveram o apoio da Biblioteca Escolar.
Fica abaixo o texto e o protocolo experimental das experiências científicas feitas, assim como algumas dicas e ideias, para memória futura.
Texto colaborativo:
O pai estacionou o carro discretamente entre os arbustos,
apagou as luzes e ficaram todos em silêncio.
- E agora, filha, o que é que vocês tencionavam fazer? (Página 30 do livro O clube dos Cientistas :
Os Contrabandistas de cristais)
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O Chico, sempre muito decidido e
valente, respondeu:
- Eu sei bem o caminho, levo o
meu telemóvel e vou mandando mensagens sobre o que vejo, indicando-vos se é
seguro juntarem-se a mim.
- Eu gostava de ir já contigo.-
respondeu o Carlos – também estou ansioso por viver esta aventura noturna.
A Catarina, com o seu nervosismo
miudinho, respondeu:
- Eu fico com o pai e vocês vão
mandando mensagens e fotos por um dos vossos telemóveis.
O Carlos começou a apalpar todos
os bolsos e descobriu que não tinha trazido o seu telemóvel…
- És sempre o mesmo cabeça-no-ar!
– exclamou de imediato a Catarina.
- Mas trouxe a minha mochila com
os materiais que temos usado nas nossas experiências, nunca se sabe!
- Mas para que levas isso? – perguntou,
já zangada, a Catarina - Tens cada ideia maluca!...
- Então, meninos, deixem-se de
conversas. Vão depressa ver o que querem, que eu tenho de me ir deitar, pois
amanhã é dia de trabalho. E se a vossa mãe dá pela minha falta …
O Chico pegou na mochila e com o
telemóvel na mão começou a dirigir-se para a cabana. O Carlos seguia-o com
cuidado, procurando o melhor percurso por onde passar, mas não se despachava. Depois
de andarem meia hora, pelo meio da floresta a ouvir ruídos de animais, ao ver o
irmão a afastar-se começou a falar alto:
- Espera por mim! Espera por mim!
Eu não sei ir até à cabana!
- Chiu, está calado… Estamos
mesmo a chegar e vamos entrar – disse-lhe o Chico.
- Parece-me que estou a ouvir um
carro a aproximar-se.
- Sim, acabaram de apagar as
luzes. Acho que vão entrar na cabana – observou o Chico, e continuou – vamos
esconder-nos ali, atrás dos arbustos, para não nos verem.
Os dois irmãos correram e,
durante a fuga, o Carlos torceu um pé e caiu para a frente, para cima do Chico,
que se assustou e deixou cair o telemóvel numa poça de água.
Escondidos atrás de uns arbustos,
eles viram três homens a entrar para a cabana. Esperaram algum tempo e, quando
viram que não corriam perigo, saíram do esconderijo para recuperarem o
telemóvel e dirigirem-se até à cabana.
Quando viram que o telemóvel estava
molhado e não funcionava, o Carlos propôs:
- Chico, vamos embora. Este lugar
não me parece muito seguro e eu não consigo andar depressa…
O Chico, sempre pronto para
enfrentar o perigo disse: - Eu vou espreitar à janela. Não saio daqui sem saber
o que há lá dentro.
Ao espreitar à janela reconheceu os
três homens que já tinham aparecido nas notícias por terem roubado cristais
numa ourivesaria.
- Carlos, lá dentro estão os
ladrões de cristais que apareceram nas notícias – sussurrou ao irmão.
- Vamos enviar uma mensagem ao
pai e à Catarina, usando os materiais que trazes na mochila - disse o Carlos,
olhando para cima - Tenho uma ideia.
- Como
fazemos?
- Estás a ver a espia em que
fazemos rapel durante o verão? Usamos uma garrafa de plástico, vaporizo o
interior com álcool, atamos-lhe umas braçadeiras de plástico e colamos a
mensagem. Aquecemos a tampa, já furada, e vais vê-la disparar até ao outro lado
do lago!
O pai ao ver uma garrafa a chegar
à margem do rio, aproximou-se e leu a mensagem:
Pai, O telemóvel do Chico molhou-se e o Carlos não consegue
andar (torceu um pé) Na cabana estão três homens que são os ladrões de
cristais que apareceram ontem nas notícias. Chamem a polícia e venham ter connosco. Carlos e Chico |
- Meu Deus, os teus irmãos correm
perigo. Temos de ir rápido, mas antes vou ligar para a polícia.
Entretanto, perto da cabana, o
Chico e o Carlos preparam uma armadilha para os ladrões com as restantes
garrafas de água, o bicarbonato, as rolhas e o vinagre que tinham na mochila,
dispostas em semicírculo, a rodear a cabana.
Os ladrões preparavam-se para
sair da cabana, quando o “tiroteio” começou. O “tiroteio” era apenas as rolhas
a saltar das garrafas que provocavam um grande estrondo que desorientou os
ladrões, e fez com que não conseguissem fugir antes da polícia chegar.
Entretanto, a polícia chegou e
prendeu os contrabandistas.
O pai do Carlos, do Chico e da
Catarina abraçou os filhos e disse:
- Mereciam um grande castigo… Mas
vocês são fantásticos.
Ah! Já agora…. O pé do Carlos não
tinha nada de especial… A dor passou rapidamente.
_______
Protocolo experimental: Foguete
movido a álcool
Precisas de:
• Garrafa PET de 0,75l.
• Tesoura metálica de bico afiado.
• Lápis de grafite.
• Abraçadeiras de plástico com 40cm.
• Fita adesiva gaffa ou outra.
• Álcool a 96º.
• Caixa de fósforos de lareira.
• Prende o cordel a uma estrutura resistente, esticando-o e prendendo-o
a outra extremidade de modo que fique tenso (como uma corda para estender
roupa).
• Faz uma argola com as duas abraçadeiras de plástico de modo a que
ficassem suspensas no cordel.
• Insere a garrafa nas duas argolas,
próximo das extremidades e cola um pouco de fita adesiva, de modo a que a
garrafa fique bem ligada às argolas.
• Ata dois fósforos um ao outro, com fita adesiva, de modo a alongar a
distância entre a mão e o último fósforo (por segurança).
• Aproxima a chama do fósforo ao furo feito na tampa e afasta-te,
depressa.
Observação
Fizemos duas experiências com
sucesso. Primeiro, o professor de Ciências Naturais ensinou-nos como fazer, em
sala de aula: vimos que a garrafa não disparou logo, mas quando o fez, disparou
a grande velocidade ao longo do cordel e embateu na parede (ponto de chegada). Assustámo-nos
um bocadinho com o barulho e a força do impacto… Mas foi o máximo! Ao ar livre,
na escola, fizemos ensaios com a guia e a garrafa, para termos a certeza de que
depois correria bem. E correu.
Resultados (o que acontece e porquê)
• O álcool evapora durante a combustão interna,
ficando no estado gasoso (etanol). As moléculas do gás ficam mais agitadas. O
calor aquece também o oxigénio dentro da garrafa, cujas moléculas também ficam
agitadas e expandem-se. Como as moléculas do álcool estão presas na garrafa, procuram
uma saída pelo furo feito na tampa da garrafa. A saída do gás pressiona a
parede interna da garrafa que, por sua vez, causa o movimento, e a garrafa sai
disparada no sentido contrário à saída do gás.
Sabias que…?
· Esta experiência comprova a terceira lei de Newton:
"Para cada ação, há uma reação equivalente e oposta."
·
O primeiro foguete conhecido foi um pombo de madeira
com propulsão a vapor inventado por Arquitas de Tarento no século IV AC.
Dicas de Segurança
·
Usar garrafas
PET, preferencialmente de bebidas gaseificadas (mais resistentes).
·
Não colocar
mais álcool do que o indicado, porque a combustão interna necessita de oxigénio.
·
Nunca acender a
chama com a mão próxima da tampa, para prevenir acidentes.
·
Guardar sempre uma
boa distância de segurança.
·
Fazer a experiência
em espaço aberto, ao ar livre, sempre acompanhado por um adulto.
Ideias para Pais e Professores
· Um concurso
de corrida de foguetes movidos a álcool com garrafas PET decoradas como
foguetes, com guias (cordéis) paralelas, bem estendidas.
· Um concurso
de corrida de balões de borracha cheios de ar. Basta passar cada cordel por
dentro de um pequeno canudo de plástico (caneta vazia, por exemplo), ao qual é colado
o balão com fita adesiva, permitindo-lhe, assim, deslizar pela guia. Ganha o
mais rápido (o que tiver mais ar no início).
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